A dependência química é definida pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e Organização Mundial da Saúde (OMS), como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de determinada substância. A dependência e/ou adicçao pode-se dizer a respeito de uma substância psicoativa específica como o fumo, o álcool ou a cocaína, a uma categoria de substâncias psicoativas como as substâncias opiláceas, ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes. É uma doença progressiva, comportamental que envolve fatores biopsicossociais e, atualmente tem ganhado contornos de saúde pública. Quando o indivíduo dependente químico, fica sem a substancia ele pode passar por fases muito difíceis na qual é caracterizado como a Síndrome de Abstinência.
Na primeira fase é chamada de síndrome de abstinência ou Crash com duração aproximadamente de 3 a 7 dias. Segunda fase pode-se durar de 1 a 8 semanas podendo também desenvolver a Síndrome de Abstinência Aguda (SAA) esta que é física. Após 60 dias pode-se manifestar a Síndrome de abstinência tardia ou abstinência demorada (SAD). As manifestações mais comuns são: Dores de cabeça, náuseas, dores estomacais, dores no corpo, insônia, dificuldade em pensar com clareza, comportamentos impulsivos.
Quem é um dependente?
É considerado um dependente químico o indivíduo que apresentar ao menos três, das seis características abaixo:
1 – Desejo forte ou compulsivo para consumir a substancia;
2 -Dificuldades para controlar o comportamento de consumo de substancia em termos de, início, fim ou níveis de consumo;
3 -Estado de abstinência fisiológica quando o consumo é suspenso ou reduzido…;
4 – Evidencia de tolerância; necessidade de doses crescentes…;
5 – Abandono progressivo de outros prazeres devido ao uso de substâncias psicoativas…;
6 – Persistência no consumo de substancias, apesar de provas evidentes de consequências manifestamente prejudiciais.
Durante o tratamento o dependente aprende a identificar sintomas, comportamentos e sensações que o levam ao uso. Não é fácil manter o tratamento; é comum que o paciente queira desistir no decorrer do processo ou convencer de que buscará outra forma de enfrentamento. A dependência desestrutura todas as áreas da vida do paciente, inclusive no âmbito das relações mais próximas. Por isso a ação da família é de extrema importância. Procure orientações de como lidar com a doença. Procure um psicólogo e um médico psiquiatra e até mesmo um acompanhante terapêutico capacitado a orientar sobre essas questões e trabalhar a dinâmica relacional entre o paciente e sua família.O tratamento da dependência química não é rápido, tampouco simples. Deve ser analisado individualmente caso a caso, não existe fórmula mágica. As reincidências são altas: 50% recaem nos primeiros seis meses de tratamento e 90% no primeiro ano. Esses números são previsíveis e não indicam impossibilidade de tratamento. Em nenhum momento pode-se afirmar que o dependente está curado; ele sempre trará em si a potencial recaída, que só será evitada se o paciente se abstiver da droga e em tratamento efetivo.
DRA. HELOÁ RIBEIRO
CRP 06/107628